quarta-feira

Diabetes sob controle

  • Artigo realizado sob encomenda da Roche, publicado na revista Guia da Farmácia, nº178, pela Editora Price, destinado ao profissional de saúde.


    Equilibrar a taxa de açúcar no sangue é o principal desafio dos portadores de diabetes. Mas, para isso, é necessário que esse consumidor especial da farmácia adote um ciclo de cuidados que avalie a glicemia e melhore a qualidade de vida dos portadores da doença


    Por Paula Reis

    O diabetes mellitus afeta cerca de 177 milhões de pessoas em todo o mundo e estima-se que esse número aumente para 370 milhões em 2030. Os números assustam, mas, segundo a International Diabetes Federation (IDF), órgão mundial com número superior a 200 associados em mais de 160 países, o grande problema é que a maior parte dos portadores da patologia não recebe os cuidados adequados, e poucos têm conhecimento sobre o valor da automonitorização ou sobre a importância de um plano alimentar adequado para evitar as complicações da doença.

    Como o problema não tem cura, controlar a glicemia (no jejum, entre 80 mg/dl e 110 mg/dl e, no pós-alimentar, inferior a 140 mg/dl) é o ponto inicial para garantir a saúde do diabético. E essa não é uma tarefa fácil; para isso, são necessários nutrição balanceada, atividade física constante, medicação oral e aplicação de insulina.

    Além de prescrever o tratamento adequado, com exame de urina e glicemia, o médico deve analisar a hemoglobina glicosilada, que aponta o comportamento do metabolismo durante os últimos três meses. Segundo a endocrinologista e diretora científica da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), Denise Reis Franco, esses procedimentos são essenciais, porém é a possibilidade da automonitorização que vai fazer a diferença na qualidade de vida do paciente, uma vez que esse controle permite observar como o metabolismo funciona na rotina diária do diabético, o que pode facilitar as necessárias e eventuais mudanças de tratamento. A doutora explica ainda que “alguns pacientes podem, por exemplo, ter mais hiperglicemia de jejum enquanto outros podem apresentar alteração apenas depois de algumas refeições”.

    O fundamental é que a informação gerada pelo monitor de glicemia seja utilizada como um instrumento de avaliação do tratamento no dia-a-dia. Na verdade, esses dados são importantes para que o médico e o próprio paciente possam acompanhar as oscilações da taxa de glicemia, o impacto da alimentação e, assim, optar pelo tratamento adequado.

    Como o diabetes tipo 1 e 2 são diferentes, é o especialista que deve analisar o objetivo e a freqüência da monitorização, mas é importante ressaltar que ambos portadores (1 e 2) devem se automonitorizar, mesmo aqueles que não utilizam insulina. “Muitos pacientes resistem em utilizar os monitores de glicemia, com a impressão de que o médico fará um trabalho contínuo de fiscalização, mas os dados gerados são importantes para adequar o tratamento e evitar as complicações crônicas da doença”, avalia a dra. Denise Reis.

    Tecnologia a serviço da saúde
    Com os avanços da tecnologia a favor da saúde, empresas como a Roche puderam investir em equipamentos modernos para facilitar o cotidiano dos portadores da doença. Um bom exemplo é a nova versão do monitor de glicemia Accu-Chek Go que, além de um design diferenciado, mais parecido com um celular, traz novos e importantes recursos tecnológicos. O resultado do teste, por exemplo, aparece no display em cinco segundos. Um ícone alerta para o vencimento das tiras, e o sistema de ejeção de tiras permite manuseio mais simples e higiênico. No mesmo aparelho existe um indicador de hipo e hiperglicemia, além de um alarme que possibilita ao usuário estipular quatro horários diferentes para lembrá-lo de aplicar insulina, fazer o próximo teste ou ingerir o antidiabético oral. A grande vantagem desse equipamento é a possibilidade de realizar os testes em locais alternativos à usual ponta de dedos, como a palma da mão, próximo ao polegar ou próximo ao dedo mínimo, antebraço, braço, coxa e panturrilha.
    A Roche fabrica ainda o Accu-Chek Active, que é um monitor de glicemia prático, fácil de usar e possui o preço mais acessível do mercado.
    Já o Accu-Chek Advantage é o monitor mais recomendado pelos médicos. Esse aparelho conta com um visor grande, e exclusiva tira de teste com curva de conforto que aspira o sangue por capilaridade.
    Para analisar os dados, os médicos e profissionais da área de saúde, dispõem do Accu Chek Camit Pro, um software que permite o gerenciamento e a documentação eletrônica de todos os pacientes. Existe ainda uma impressora chamada Accu Chek Smart Printer, que transfere as informações armazenadas na memória dos monitores.

    O que diz o especialista
    O farmacêutico e consultor da NOGP Assessoria e Qualificação Profissional, professor Nilson Oliveira Gonçalves Pita, explica mais sobre o diabetes e a importância da automonitorização.

    O que é o diabetes e quais são os sintomas?
    O diabetes é a dificuldade de o organismo controlar os níveis de açúcar (glicose) no sangue. Para facilitar o transporte da glicose pelo sangue até as células, o corpo produz uma substância chamada insulina. Quando se tem diabetes, a produção de insulina não é suficiente ou não funciona adequadamente, o que acarreta acúmulo de glicose no sangue, eliminada na urina.

    Quais os tipos de diabetes?
    Geralmente, o tipo 1 é desencadeado após uma infecção por vírus e atinge, em maioria, as crianças e os adolescentes. Nesse caso, o pâncreas deixa de produzir insulina. Os sintomas são rápida perda de peso, fadiga e cetonas na urina.
    Já no diabetes tipo 2, relacionado ao excesso de peso ou a um fator genético, o pâncreas produz pouca insulina ou os receptores podem ser alterados. A visão começa a ficar embaraçada, ocorre formigamento das mãos e pés, a cicatrização do corpo fica mais lenta e sente-se um aumento de sede e apetite.

    Em ambos os tipos, pode ocorrer a reação hipoglicêmica, ou melhor, a diminuição na taxa de açúcar no sangue. Nesse estágio, os sintomas variam desde a sensação de fome aguda, fraqueza, suor excessivo, tremores, sonolência, visão dupla, até a perda total da consciência.

    Qual a importância da automonitorização da glicemia para os portadores de diabetes?
    Para evitar a exposição excessiva a altas taxas glicêmicas, já que o diabetes é uma doença silenciosa e os sintomas podem passar despercebidos.

    Quais riscos o paciente corre caso não faça a automonitorização?
    Um bom controle do diabetes pode diminuir de 50% a 75% o risco de desenvolvimento ou a progressão de problemas nos olhos (perda progressiva da visão), nos nervos (sensibilidade alterada), na circulação (alterações nas artérias aumentam o risco de hipertensão arterial e infarto) e nos rins (falência para filtrar o sangue).

Nenhum comentário:

Postar um comentário